Porta (PD) Em Munique no congresso sobre o combate à mafia organizado pela USEF

Uma bela iniciativa realizada no sábado, 19 de outubro, na sala de conferências do Parlamento da Baviera: um grande sucesso em forma, conteúdo e participação qualificada e numerosa.

Uma grande participação e um debate de altíssimo nível marcaram a conferência dedicada ao combate ao crime organizado, organizada pela União Siciliana Emigrantes e Famílias (USEF), com o apoio financeiro da Região da Sicília, e hospedada pelo grupo parlamentar da deputada da Baviera, Christiane Feichtmeier (SPD), ela própria ex-policial, e pelo vice-presidente do Parlamento da Baviera, Markus Rinderspacher, ex-jornalista de televisão.

A conferência, intitulada “Legalidade e luta contra o crime organizado: uma ponte europeia entre a Baviera e a Sicília”, reuniu figuras de destaque entre a Itália e a Alemanha, incluindo o deputado Antonello Cracolici, presidente da Comissão Antimafia Siciliana, o juiz alemão de origem siciliana, Dr. Alessandro Bellardita, o jornalista judicial da emissora estatal da Baviera (BR), Oliver Benedixen, o dirigente da USEF e parlamentar italiano eleito na circunscrição do Exterior (América do Sul), Fabio Porta, e Philip Kania, representante da União de Polícia Federal Alemã. O evento foi moderado pela deputada Christiane Feichtmeier e pela dirigente da USEF Daniela Di Benedetto, com as conclusões a cargo de Angelo Lauricella, presidente da USEF (dirigente da ANPI e ex-parlamentar). Também estiveram presentes o Cônsul Geral da Itália, Sergio Maffettone, e o Conselheiro CGIE, Gianluca Errico.

Na abertura, foi apresentada a exposição “Jornalistas: Testemunhas da Verdade”, realizada pela Ordem dos Jornalistas Sicilianos e dedicada aos jornalistas sicilianos mortos sob os ataques da máfia. A exposição, introduzida por Roberto Gueli, presidente da ODG Sicília, contou ainda com as intervenções de Salvo Li Castri, vice-presidente da ODG e publicitário, e Francesco Nicastro, curador da exposição, ex-presidente da ODG e atualmente diretor do Centro de Estudos Pio La Torre “A Sud’Europa”. Exatamente Nicastro foi chamado para o jornal “L’Ora” para substituir o colega Mario Francese, assassinado pela máfia, o que lhe confere uma sensibilidade especial para este importante tema: a liberdade de imprensa e a exposição dos jornalistas ao crime.

Durante o debate, ficou claro que o fenômeno do crime organizado, muitas vezes percebido como exclusivamente italiano, também se infiltrou na economia alemã, gerando bilhões de euros em lucro ilegal todos os anos. O juiz Bellardita e o especialista em segurança Kania confirmaram que a Alemanha, apesar dos avanços, ainda não está suficientemente preparada, especialmente em nível legislativo, para combater efetivamente o fenômeno. Lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, tráfico de drogas e intimidações a órgãos judiciais, promotorias e jornalistas também são questões diárias na Alemanha, informou Feichtmeier. Antonella Cracolici destacou o perigo de não enfrentar as máfias de maneira conjunta, enquanto Fabio Porta delineou o quadro da ampla legislação antimáfia, desde a Convenção de Palermo de 2000 até as mais recentes novidades no combate ao crime organizado. As intervenções de Bellardita, Bendixen e Kania enfatizaram a necessidade de fortalecer o quadro legislativo e intervir em diferentes áreas, como, por exemplo, o endurecimento do parágrafo 129 do código penal alemão, o aumento de recursos para as autoridades investigativas e a promoção da política educacional.

Ao final do rico debate, o presidente Lauricella recordou o percurso histórico que levou à criação dos instrumentos constitucionais italianos em defesa das camadas vulneráveis e da própria democracia, desejando uma maior harmonização em nível europeu dos processos investigativos e judiciais, bem como dos instrumentos jurídicos e culturais para uma luta comum contra o crime organizado.

A conferência também contou com a apresentação ao piano da musicista de origem siciliana Serena Chillemi, que executou “Liberdade é Participação” de Giorgio Gaber e uma “Toccata” de Eliodoro Sollima, peça dedicada às vítimas da máfia.

Em seguida, os participantes tiveram a oportunidade de fazer networking durante um coquetel. A exposição “Jornalistas: Testemunhas da Verdade” estará disponível no Consulado Geral de Munique até o final de outubro.

Fonte: Assessoria de Imprensa Deputado Fabio Porta

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