Roma, 13 de agosto de 2019 – Assessoria de Imprensa Deputado Fabio Porta
Não existe mais o “governo da mudança”! O líder da LEGA, Matteo Salvini, decretou sua morte prematura, como era previsível e desejável, tendo em vista a impossibilidade de prosseguir e tentando capitalizar o resultado positivo obtido de seu partido nas eleições europeias e a pesquisa que o aponta como vencedor no caso das próximas eleições.
No momento não sabemos se o resultado dessa enésima crise de governo italiana será a convocação em breve de novas eleições ou a formação de um novo executivo.
Uma coisa é certa: termina a experiência de um governo desastroso, isolado da Europa e bloqueado pelas contínuas fibrilações entre os dois principais partidos que deram vida a essa estranha aliança, a LEGA e o Movimento 5 Estrelas; uma aliança a que rapidamente se juntou o MAIE de Ricardo Merlo, com a ambição de levar ao “governo da mudança” algum resultado positivo para os italianos no mundo.
A esperança era que o MAIE utilizasse esse espaço político e o pequeno poder de interdição que veio da cooptação do senador Cario ao Senado (eleito com a USEI, após uma controversa eleição ainda pendente de um recurso e que foi transferido com toda a pressa ao MAIE às vésperas da formação do governo) para realizar finalmente as promessas que, durante anos, fez aos italianos da Argentina e da América do Sul: cheque social para os indigentes, serviços consulares eficientes, fim das longas esperas para os pedidos de cidadania, um novo “agenda on line”, mais fundos para a língua e cultura e para o sistema de representação dos italianos no exterior …
E então? Então nada disso se concretizou em mais de um ano de governo. Os fundos para a língua e a cultura, alocados pelos governos do PD, não foram confirmados pelo executivo amarelo-verde; os recursos para os consulados (esses também obtidos graças ao empenho meu e do PD) não foram aumentados e ao invés disso, na ausência de diretivas claras, algumas vezes foram ainda devolvidos a Roma; nada de “cheque social” e “renda de cidadania” para os cidadãos no exterior, sequer aos pobres repatriados da Venezuela; para não falar do “decreto segurança” que, ao invés de eliminar a absurda discriminação contra as mulheres que antes de 1948 não transmitiam a cidadania ou reabrir os prazos para a reaquisição daqueles que a perderam, restringiu as normas para a cidadania por casamento e tornou ainda mais difícil a cidadania “ius sanguinis”, tratando como terroristas e delinquentes aqueles que apresentavam seus pedidos aos Comuni italianos.
O que fizeram então o Sub Secretário Merlo e o MAIE no Governo? Enquanto não mexeram um dedo contra a redução da representação política dos italianos no exterior , empenharam-se muito (isso sim, reconhecemos) em inaugurar novas sedes diplomáticas ou consulares. Merlo então cortou a fita da sede de São Domingo, continuando uma decisão do governo do Partido Democrático de dois anos atrás; inaugurou a nova sede do Consulado Italiano em Recife (que foi defendido e salvo por mim e pelo PD há alguns anos, quando os parlamentares do MAIE não sabiam sequer onde era Recife e o nordeste do Brasil); não o conseguiu porém na grande empreitada da dupla-inauguração em Montevideo, onde o Sub Secretário previa inaugurar primeiramente uma nova sede em aluguel e, depois, uma sede especificamente construída, com uma duplicação inútil de custos e sem nenhum compromisso sobre a duplicação (era isso que aconteceria!) do pessoal em serviço junto ao Consulado para melhorar de modo sério e sistemático os serviços aos nossos compatriotas.
A encenação acabou. Nos próximos dias teremos só que entender se o MAIE de Ricardo Merlo sustentará a batalha da LEGA de Salvini para as novas eleições ou a tentativa do 5 Estrelas de dar vida a um novo executivo; ou ainda, e isso não nos surpreenderia, se apoiará qualquer governo e qualquer aliança a fim de manter seu posto, muito cobiçado e conquistado, ainda que às custas de governar com aquele Partido Democrático, tão desprezado e insultado.
Nas política, mais cedo ou mais tarde, as coisas vêm à tona; os eleitores também (mais cedo ou mais tarde, eles também) voltarão a se expressar e a julgar, toda vez que existir uma informação livre e corajosa capaz de diferenciar a propaganda e as “fake News” de quem muito frequentemente se escondeu por detrás do silêncio de quem não sabia ou da hipocrisia de quem não queria ver.