O único terrorista italiano no mundo
a ter conseguido o status de "refugiado político" é Battisti.
Por quê? A França, por exemplo, não disse que Marina Petrella
é refugiada política. Disse apenas que, por motivos humanitários,
não concederá a extradição. Ponto. Se lhe tivesse concedido
o status de refugiada política, meu país teria protestado,
assim como protestou por Battisti.
Ao conceder o status de refugiado político, supõe-se que o interessado: a) tenha cometido crimes de caráter político; b) esteja fugindo de um Estado ditatorial que o persegue injustamente. Mas o que há de político por trás do assassinato de um açougueiro ou de um joalheiro e, sobretudo, de que país ditatorial Battisti estaria fugindo?
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Eu sou de esquerda desde sempre, estou
na oposição ao governo Berlusconi, mas nego que hoje na Itália
haja uma ditadura. Até o ano passado, Prodi estava no governo.
Depois houve eleições e Berlusconi ganhou. Sinto muito por
isso e farei o possível para que minha facção volte a governar.
Mas não há uma ditadura na Itália. Vivo e trabalho há anos
no Brasil, tenho mulher e filhas brasileiras, amo e conheço
este país e jamais aceitarei que seja atacado e ridicularizado
de forma arrogante e instrumental; com a mesma determinação,
porém, permitam-me defender a Itália de interpretações erradas
e desviantes que não têm a ver com a realidade de hoje.
Trechos
do artigo escrito pelo Deputado Porta para o jornal Folha
de São Paulo, em 20/03/2009.
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