Em breve, uma Agência Consular da Itália em Vitória (ES)

Um sucesso que vem de longe!

Por Fabio Porta

A confirmação de que nos próximos dias será aberto, em Vitória (ES), um “sportello consolare”, primeiro passo para uma Agência Consular que finalmente oferecerá um serviço adequado a uma das maiores comunidades italianas do mundo, constitui por si só uma notícia a comemorar.

É a prova de que o empenho sério e perseverante da comunidade e de seus órgãos pode levar a resultados concretos, em condições de  atender às expectativas de milhares de compatriotas e melhorar os serviços consulares. Portanto, não é verdade, como lemos frequentemente, que os Comites e o CGIE são órgãos inúteis, os parlamentares eleitos no exterior são incapazes e os governantes cegos e surdos. A história do Consulado de Vitória prova o contrário: a mobilização da comunidade, por meio de associações e algumas de suas lideranças, o apoio dos Comites (principalmente dos conselheiros daquele estado) e do CGIE, o trabalho parlamentar (daqueles que há anos assumiram a causa, não de todos) e – por fim – a intervenção de quem, no governo, possui a delegação da responsabilidade pelos italianos no mundo, podem fazer (e, neste caso, fizeram) a diferença.

A vitória de uma das maiores comunidades italianas do mundo

Não é necessário citar nomes e sobrenomes, já que a comunidade italiana “capixaba”, em particular, e a brasileira, em geral, acompanham e conhecem há anos os protagonistas deste e de outros eventos. Elas sabem quem trabalhou intensamente com empenho e perseverança para alcançar esse resultado e quem, de maneira oposta, se limitou a observar o que acontecia, esperando o momento certo para colher os frutos; quem remou a favor e quem remou contra. Este reconhecimento deve ser estendido também às várias autoridades políticas e institucionais, que se empenharam a favor desta conquista, bem como às autoridades diplomáticas italianas que reconheceram e apoiaram esta justa reivindicação.

Em uma de suas visitas a Vitória, Fabio Porta recebe o certificado de chegada ao Brasil da primeira família PORTA (1895), do presidente do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Cilmar Franceschetto. Com ele na foto, o Secretário do Círculo do PD de Vitória, Franco Patrignani, e o diretor dos Comites, Otavio De Carli.

Há poucos dias comemoramos mais uma conquista: a suspensão do leilão da “Casa d’Italia”, em Juiz de Fora. Também nesse caso, como enfatizei, assistimos a uma sinergia positiva entre os diferentes níveis do sistema de representação dos italianos no exterior e a nossa comunidade. Deixando as diferenças políticas ou pessoais em segundo plano, trabalhamos cada um em sua função, na defesa de um interesse maior: a comunidade italiana do Brasil!

Com o mesmo espírito, há alguns anos entregamos ao então Primeiro-Ministro Renzi, em visita ao Brasil, a solicitação – assinada por milhares de cidadãos – para destinar parte dos recursos dos pedidos de cidadania à melhoria dos serviços consulares; depois de alguns meses, aquela demanda coletiva virou lei do Estado, e é graças a esses recursos que hoje, após um período de fechamento, é possível abrir novos postos consulares e contratar novos funcionários. Mais um exemplo de resultado concreto da mobilização civil de nossa comunidade.

Que tudo isto sirva de aprendizado e de alerta para o futuro: não existe uma boa Itália e outra madrasta; quando muito, existem políticos coerentes e capazes e outros oportunistas e ineptos. E isso, obviamente, se aplica não só à política, mas a todas as esferas da sociedade, seja italiana ou brasileira.

Sendo assim, é hora de comemorar. Cientes de que este é apenas um primeiro passo, por mais importante e significativo que seja. Nosso direito e dever de criticar, é claro, não diminuirá; mas sempre, devemos recordar, orientado para a solução de problemas e jamais em busca de polêmicas que não têm amparo na realidade.

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