Fabio Porta deve substituir o cassado Adriano Cario
(ANSA) – O Parlamento da Itália deve ganhar em breve seu terceiro representante da comunidade ítalo-brasileira.
Uma comissão do Senado decidiu na última quinta-feira (16) conferir o assento de Adriano Cario, cassado por fraude eleitoral, para Fabio Porta, que já foi deputado da República Italiana por uma década.
Nas eleições de março do 2018, Porta havia tentado alçar um voo maior se candidatando ao Senado pela circunscrição da América do Sul – a Itália é um dos poucos países do mundo que elegem parlamentares para representar expatriados -, porém acabou a disputa em terceiro lugar.
Na ocasião, foram eleitos pela América do Sul os senadores Ricardo Merlo, com base na Argentina, e Adriano Cario, do Uruguai.
No entanto, uma investigação do Ministério Público de Roma comprovou, por meio de perícias caligráficas e análises químicas de tintas, que milhares de cédulas eleitorais com voto em Cario foram preenchidas pelas mesmas mãos.
Os resultados da investigação foram encaminhados ao Senado, que, no início de dezembro, cassou o mandato do parlamentar por um placar de 132 votos a favor e 126 contra. O dono da vaga de Cario, contudo, só foi definido pela Comissão Eleitoral do Senado na última quinta.
O parecer em favor de Porta foi aprovado por 11 votos a favor e nove abstenções e precisa ser confirmado pelo plenário, votação que ainda não tem data marcada.
“O que temos de comemorar com muita satisfação é o fato de o Senado ter aprovado a cassação desse senador, porque as provas apresentadas comprovam a falsificação de votos. É uma vitória importante porque é a primeira vez na história do voto no exterior que uma fraude eleitoral é punida com cassação”, disse Porta à ANSA.
O caso também está na mira de investigações na Itália e na Argentina para identificar os responsáveis pela fraude. “Fico aguardando a definição do Senado, esperando que ocorra em breve e que seja coerente com tudo o que foi feito até agora”, acrescentou o ex-deputado.
Caso o plenário confirme a eleição de Porta, ele terá pouco mais de um ano de mandato, já que a atual legislatura está prevista para acabar em março de 2023.
“Se o Senado confirmar minha eleição, eu terei de trabalhar em dobro para recuperar esse atraso, porque seria uma dívida que eu teria com as pessoas que votaram de forma honesta e estão esperando para ser representadas”, disse.
Nascido em Caltagirone, na região da Sicília, Porta tem 58 anos e construiu sua carreira política como representante da comunidade ítalo-brasileira, que já conta com dois integrantes no Parlamento italiano: os deputados Luis Roberto Lorenzato, da legenda de ultradireita Liga, e Fausto Longo, do grupo misto.
Já Porta é membro do Partido Democrático (PD), principal sigla de centro-esquerda da Itália. (ANSA)
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