Fabio Porta (PD): “Agora o Parlamento deve intervir e modificar o voto no exterior”

São muitos os pontos de encontro com as propostas de Menia (Fdl)

Fabio Porta (PD)

Três meses. Exatamente no dia de Natal terão se passado noventa dias das eleições políticas de 25 de setembro passado, mas também das fraudes confirmadas, denunciadas com provas inequívocas. Em primeiro lugar a fraude arquitetada e colocada em prática em Montevideo por Aldo Lamorte, com o símbolo do MAIE, e descoberta por ‘Gente d’Italia’. Liderados pelo nosso Diretor, Mimmo Porpiglia, dirigiram-se à Procuradoria, em nome de todos os italianos honestos, para pedir justiça. Ainda não chegou mas temos fé que, mais cedo ou mais tarde, a verdade possa triunfar uma outra vez, como já aconteceu no início deste ano com o caso que teve como primeira vítima da fraude e que depois a derrotou, o atual Deputado Fabio Porta do PD (Senador na legislatura passada). E para continuar a lembrar a todos que a Itália tem hoje, mais do que nunca, necessidade de valores certos, de segurança, de um sistema eleitoral no exterior que reduza ao mínimo as possibilidades de fraude, interpelamos justamente o Deputado Porta para pegar sua impressão sobre o que aconteceu, aquilo que está entendendo e o que todos esperamos que aconteça,

Deputado Porta, enquanto em Roma está tudo quieto, em Montevideo se iniciou o processo contra Aldo Lamorte, referente às fraudes das últimas eleições italianas no exterior. Como avalia essa situação? 

Vivi na minha pele as consequências da lentidão tanto da justiça comum quanto da parlamentar, da italiana como da argentina; eu só posso julgar positivamente a relativa rapidez com a qual, no Uruguay, quer esclarecer um dos tantos graves episódios que caracterizaram mais uma vez o voto no exterior.

O único ato parlamentar sobre esse tema, pelo menos até este momento, foi o questionamento do Senador Menia, ao qual o governo deu uma resposta pelo menos parcial e interlocutória, o que você acha? 

Tenho que reconhecer o trabalho do Senador Menia que acompanha sempre com atenção e com a devida preocupação as questões dos italianos no exterior,  e principalmente a gravíssima criticidade do voto no exterior. Quando o meu recurso transitava lentamente no Senado a voz de Menia foi a única dentre as da centro-direita que, no Parlamento, que corajosamente tomou partido contra as fraudes que causaram a perda de meu posto. A reposta do governo pareceu também para mim como fraca e incerta, igualmente aos primeiros passos deste executivo para os italianos no exterior. Nas próximas semanas iniciarão os trabalho das Juntas eleitorais da Câmara e do Senado, como também do comitê para os Italianos no mundo e caberá ao Parlamento fazer sentir a suas voz e tomar iniciativas sérias e concretas para colocar um fim na vergonha das fraudes eleitorais.

Você foi vítima de uma das maiores fraudes eleitorais da história italiana mas foi também o único a ter conseguido fazer justiça. A que deve essa vitória e o que se deve fazer para evitar a repetição de dessa situação desagradável?

 Levou três anos e meio para se chegar à conclusão positiva de meu recurso no Senado. Tive que enfrentar uma Junta para as eleições politicamente contrária ao meu partido, que tinha somente um membro naquela comissão; tive que ativar e a aguardar com paciência o resultado de minha denúncia à Procuradoria de Roma e as numerosas perícias caligráficas encomendadas pelo Ministério Público; ainda após a queda do Senador Cario a junta opôs-se a me indicar como legítimo substituto e foi necessário um voto em sessão do Palazzo Madama para confirmar a minha eleição ao Senado. Tudo isso porém teria sido em vão e inútil se, juntamente ao excelente trabalho de meus advogados, de meu relator, de meu partido e do membro do PD na Junta não tivesse existido uma mobilização internacional e, principalmente, o abaixo assinado conduzido por “Gente d’Italia” e pelo seu Diretor. Quero também evidenciar a denúncia apresentada na Argentina e à Junta para as Eleições da Câmara dos Deputados, na legislatura passada, de meu companheiro de partido Alberto Becchi; graças ao seu corajoso empenho a Junta da Câmara instituiu uma comissão específica de investigação sobre o voto no exterior com importantes resultados também para o trabalho que nos espera no Parlamento nos próximos meses.

Devemos nos resignar a assistir a vídeos como aquele de Aldo Lamorte e ao repetir das mesmas fraudes também nas próximas eleições italianas no exterior? Existe qualquer esperança razoável de mudança?

Não podemos e não devemos nos resignar. Disse e repito: manter inalterado o atual sistema equivaleria a decretar a morte do voto dos italianos no exterior. Acompanhei em primeira pessoa todas as competições eleitorais de 2006 até hoje e posso afirmar, sem medo de ser desmentido, que a cada vez as fraudes aumentam e se aperfeiçoaram. Não existe, portanto, alternativa à introdução de profundas modificações ao voto por correspondência; existem propostas e soluções e logo as discutiremos no Parlamento. Pessoalmente não excluo um sistema misto que mantenha juntos o princípio de universalidade do voto com as necessárias condições de segurança e sigilo.

Fonte: La Gente d'Italia Quotidiano d'informazione independente

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